O que os especialistas em segurança têm a dizer sobre a pergunta, “Como você protege os seus dados online?”

De acordo com os especialistas em segurança cibernética, se você está preocupado em proteger os seus dados pessoais online, você não está com sorte. Sim, você leu certo!

A controvérsia da Cambridge Analytica e outros incidentes relacionados a violações de dados têm deixado as informações pessoais de milhões de americanos totalmente vulneráveis. Desde nomes, informações de contato até dados confidenciais como número de segurança social já foram roubados. Parece que as coisas estão saindo do controle!

Foi perguntado a um especialista em segurança, Bruce Schneier, o que uma pessoa pode fazer para evitar que seus dados pessoais sejam coletados sem o seu conhecimento. A sua resposta foi fria e direta, ou seja, “Não há nada que possa ser feito em relação a isso”.

Ele não é o único especialista em segurança cibernética a ter essa opinião. Diversos especialistas dizem que as pessoas têm pouco ou nenhum poder em relação às suas informações pessoais uma vez que elas caem nas mãos de terceiros. No entanto, isso não significa que você não deve seguir as melhores práticas de segurança cibernética como a autenticação de dois fatores ou senhas complexas.

Por que é tão difícil proteger os seus dados online?

Infelizmente, não há nenhuma lei nos Estados Unidos que regule empresas de quebra de dados e capitalismo vigilante, que é um novo modelo de negócio onde as empresas vendem dados pessoais para ter algum retorno.

A única maneira que um usuário tem de controlar as suas informações pessoais e evitar que elas sejam usadas por terceiros é exigir mudanças em nível legal e regulatório e isso é muito difícil.

Qualquer um pode comprar e vender os seus dados sem o seu conhecimento ou permissão e você não pode regular isso. Outra coisa lamentável é que o capitalismo vigilante é um modelo legal de negócio. Ao se inscrever em serviços como Facebook, Tinder ou Uber, você está aceitando os termos e condições da empresa ao clicar na caixa “Li e concordo”. Você, literalmente, entrega os direitos de suas informações para usar o produto sem nem mesmo saber.

Uma vez que você tenha clicado na caixa, é completamente legal para a empresa fazer o que ela quiser com os seus dados. Muitas pessoas já desistiram de tentar proteger os seus dados pessoais presumindo que não há nada a ser feito para controlar o seu uso.

Um exemplo perfeito desse modelo de negócio é o hack da Equifax em 2017. Ele expôs os dados de aproximadamente 148 milhões de americanos. A Equifax não é apenas uma agência de crédito, ela também é uma agente de dados e muitas pessoas não sabem disso. Isso é parte de seu modelo de negócio e é assim que ela tem os seus maiores lucros. A empresa coleta informações sobre os seus usuários, analisa-as e vende-as.

Os agentes de dados como esses coletam informações demográficas como nome, número de telefone, endereço, status marital, profissional, renda, etc. de seus usuários. Eles também coletam informações sobre a lista de itens comprados pelos usuários e como eles pagaram por isso. Além, disso, eles rastreiam doenças, mortes e divórcios das famílias de seus usuários. Eles coletam informações até sobre tudo o que fazemos na internet.

Quem está seguro em relação à coleta de dados?

A resposta a essa pergunta é “ninguém”. Principalmente porque não existem leis que impeçam as empresas de usar dados dos consumidores da maneira que quiserem.

A grande decepção é que as mudanças regulatórias que ajudariam a salvaguardar as informações pessoais dos consumidores não estão no horizonte tão cedo. Empresas como a Equifax não estão enfrentando quaisquer consequências em relação a essas quebras de dados, mesmo isso tendo se tornado público. Vamos supor que gigantes assim sejam penalizadas, isso não seria um problema para elas já que seria muito mais barato pagar pelos honorários de seus advogados, certo?

Há algo que possa ser feito para proteger as nossas informações?

Embora tenhamos pouco ou nenhum controle sobre como as empresas usam os nossos dados, há algumas coisas que podem ser feitas para ter um pouco mais de controle sobre nossas informações financeiras, pelo menos. Por exemplo, especialistas recomendam fazer cópias regulares de seu relatório de crédito para ver se há algo nele que deve ser reportado.

Resumindo, não há uma ação que possa ser tomada para evitar que as empresas coletem as suas informações. Com sorte, a tecnologia ‘blockchain’ dará aos consumidores mais controle sobre as suas vidas financeiras ao quebrar os agentes de dados e escritórios de crédito; mas também, isso é improvável. Apesar disso tudo, as pessoas precisam ter mais cuidado com as informações que elas disponibilizam ao se inscreverem em redes sociais ou responderem pesquisas das empresas de marketing. Todas as informações que você fornece são usadas para criar o seu perfil.

Facebooktwitterredditpinterestlinkedinmail