Como Lidar Com Liberdade de Expressão e Bullying Cibernético ao Mesmo Tempo?

Uma coisa que eu sei com certeza é que sempre que há um fórum que permite que os adolescentes falem o que pensam, eles o farão. Eles fazem isso. Todo mundo nasce com liberdade de expressão – na maioria dos lugares, quero dizer. Sabemos que o nosso país celebra a liberdade em todos os sentidos da palavra, lamentavelmente às vezes. Se os últimos meses da campanha presidencial não foram assustadores o bastante para os alcoviteiros da liberdade de expressão, não sei o que poderia ser. Isso, provavelmente, não surgiu dos próprios candidatos (embora eles pudessem ter tido maior controle sobre isso), mas a ideologia de um candidato em particular inspira o discurso de ódio dos apoiadores do partido oposto.

Para ser honesto, isto está além de política e sistema de partidos. Veja a cultura popular. Os adolescentes não estão sempre brigando sobre qual estrela pop é melhor? Não estão sempre batalhando na seção de comentários sobre qual celebridade é melhor em todos os aspectos, e atacando os outros? Isso existe desde que a internet surgiu. Christina contra Britney. Justin contra K Fed. Katy contra Taylor. Os fãs de um deles formam um tipo de exército e o ódio que possuem da outra pessoa cria um bando raivoso.

Aqui está a questão: quando a liberdade de expressão se tornou bullying cibernético? Ou pior, quando se tornou discurso de ódio?

Mais recentemente, um homem chamado Babak Taherzadeh foi preso no Texas por crime contra o Juiz Brandon Birmingham. Taherzadeh estava “assediando” o juiz no Twitter, utilizando contas diferentes. Comumente, Taherzadeh utiliza o Twitter como todas as pessoas – ele posta comentários ocasionais sobre a situação política atual, as notícias, seus programas de tevê favoritos e coisas do tipo. Assim, ele estendeu seus comentários ao Juiz, que ele acreditava ter errado em um caso. Perseguição pelo Twitter foi sua forma de se vingar. O agravamento da liberdade de expressão de Taherzadeh foi longe demais quando ele mencionou que mataria seu cunhado por conta de uma dívida não paga. Foi exatamente isso que fez com que o juiz temesse por sua vida. A persistência de Taherzadeh, através de 10 contas diferentes, fez com que ele ficasse assustado o bastante para levá-lo às autoridades.

O que Taherzadeh tem a dizer sobre isso? Bem, que ele estava apenas praticando liberdade de expressão. Ele estava expressando sua queixa através do Twitter e compartilhando sua frustração na corte com seus seguidores. As autoridades não pensam isso. Elas acreditam que a liberdade de expressão passou dos limites quando Taherzadeh falou sobre “dar na cara” do juiz e ameaçou sua família com outras formas de violência. Foi então que as coisas começaram a ficar complicadas.

Taherzadeh preparou sua defesa dizendo que estava apenas representando um personagem online. As coisas que ele disse ao juiz pela internet não eram coisas que ele alguma vez pensou em dizer pessoalmente.

Porém, as linhas são embaçadas quando se trata de diferenciar discurso de ódio e discurso protegido. Por exemplo, há diversas brechas onde você pode brincar sobre violência e não se dar mal por isso. No entanto, quando há uma “ameaça real”, a brecha é bem menor. E minha pergunta continua a mesma: quem decide o que é real do que é insinuado? Quem decide quais comentários foram feitos como uma piada e quais possuem intenção real?

Vá até as respostas de postagem de celebridades no Twitter e veja os que as pessoas têm a dizer. Para cada grupo de fãs apaixonados há um grupo de haters que fazem ameaças diariamente. E não são homens de 40 anos sentados no porão de casa. São garotas de 12 anos, que estão na escola e vivem com os pais, quem compõem esses comentários.

É aí que moram nossos problemas. Os pais não conseguem explicar para os filhos que o que eles postam na internet tem consequências. Eles não podem ser maldosos e maliciosos como desejam sem consequências. Eles precisam se emendar para serem cidadãos responsáveis na internet, e pessoas boas.

Usar aplicativos de controle parental para monitorar os hábitos de internet de seu filho é uma forma de fazer isso. Porém, tudo começa com uma conversa. Seja gentil. Não apenas pessoalmente quando você não pode se esconder atrás de nada. Seja gentil independente do meio. Suas palavras têm significado e significados têm peso. Suas palavras podem afetar uma vida e você nunca saberá. A liberdade de expressão é uma responsabilidade. Não confunda as coisas a ponto de chegar ao bullying cibernético.

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